Vou começar o
capítulo sem enrolar:
Mandy
Isabelle. Não.
Ela nunca fora muito bem compreendida.
Mas não merecia sofrer pelos meus erros. Pelos erros de Rachel. Pelos erros de
Jullian. Pelos erros do mundo.
Eu estava cansada.
Cansada de viver.
Ao ver Isabelle, não soube mais o que
fazer.
Saí correndo. Chorando. Mas não só por
Isabelle, mas por tudo e todos.
Théo me seguiu.
Peguei o primeiro ônibus que passou pela
propriedade. Théo ficou quieto o tempo todo, me olhando chorar e entendendo
minha dor. Sem qualquer som, apenas me dando forças. Essa era uma
característica dele que eu apreciava: saber a hora de falar.
Fomos para qualquer lugar. Qualquer
vida. Qualquer mundo.
Desci em um ponto e fiquei vagando pela
cidade. O sol estava poente. Parei a beira de um lago para apreciar.
Sentei na grama verde. Théo também.
-Théo, preciso ir para casa. Vamos nos
separar.
-Eu sei. – ele segurou forte em minha mão.
- Não quero... ficar longe.
-Hum, também adoro essa cidade...
-Não, não quero ficar longe de você.
Olhei em seus olhos e ali me perdi.
Nossos corpos começaram a se aproximar.
O beijo seria ali, no melhor lugar
possível, com visão privilegiada dos últimos raios do sol.
Mas não ocorreu.
Théo olhou para o lado em busca de
alguma coisa.
-O que foi? – perguntei.
-Hum, espere aí.
Ele correu até um homem que vendia doces
parado perto de nós e observei-o pedir alguma coisa e pagar. Ele voltou
correndo.
-O que comprou? – disse.
Meu amigo se ajoelhou.
-Mandy. Ok, vai ser difícil... Er... Nos
reencontramos a pouco tempo, mas... Ah, vou direto ao ponto. Aceita se casar
comigo?
Olhei para o objeto que Théo me
oferecia. Um anel. Não, um pirulito de anel.
Fiquei paralisada. Era sério?
Alguns segundos se passaram sem
resposta.
-Então? – disse esperançoso.
-Oh, Théo...
Seus olhos ficaram maiores.
-Não.
Não hoje, nem agora. – meus olhos choraram. – Desculpe...
Deixei-o no vazio e mais uma vez saí
correndo. Mas dessa vez estava sozinha.
Fui até a rodoviária. Não queria mais
ônibus, não queria sofrimento, não queria nada, mas fui brigada. A única coisa
que queria eram minhas filhinhas. Só elas.
Cheguei a casa de Lucy. Ela atendeu
minhas batidas na porta.
-O que foi? – perguntou ela quando
entrei correndo na casa em busca das meninas. – Estão no quarto, mas o que
aconteceu?
Peguei as minhas filhas no colo e as
abracei, apesar de estarem dormindo profundamente.
Lucy entrou no quarto.
-Desembuche agora mesmo.
-Não estou com cabeça. Vou para casa,
pode me levar?
Ela fez que sim. Lucy tinha o mesmo
talento de Théo, saber quando dizer as coisas.
Ah, Théo....
Lucy levou-me para casa sem mais
demoras.
Entrei e minha amiga logo partiu.
À noite não consegui dormir. Fiquei pensando. Em tudo.
Na manhã seguinte, mesmo antes de Ella e
Emma acordarem, comecei a carta.
Queridos amigos,
Desculpem por tudo. Tudo. Não consigo mais. Cuidem das minhas
filhas...
Uma lágrima caiu no papel e eu logo
limpei. Não seria fácil, mas não suportava mais...
Mandy
Então, o que acontecerá? Desculpem pelo
péssimo capítulo, estou morrendo de pressa. Não esqueçam de comentar.
Beijinhos, Tang
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